segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O que o aluno espera de um professor em sala de aula?

EDUCAÇÃO - VESTIBULAR | ENTREVISTA 22/05/2007 - 00h04

O que o aluno espera de um professor em sala de aula?

Alunos não gostam de professor “bonzinho” demais, nem de ditador. O mestre de todas as horas deve ser justo, não chamar a atenção de todo o grupo quando a culpa é apenas de um, deve exercer a sua autoridade com bom senso. Esta é a conclusão da pesquisa realizada pelo psicopedagogo, matemático, mestre em educação, escritor e diretor do Colégio Martinus, Marcos Meier. Tantos títulos na vida de uma única pessoa não poderiam resultar em outra coisa, senão em um livro. “Mediação da Aprendizagem: Contribuições de Feuerstein e Vygotsky” foi lançado no dia 10 de maio como um acréscimo para as teorias da educação. O livro é resultado de uma pesquisa realizada entre alunos do ensino médio que apontaram o que é importante na relação entre o aluno e o professor. “Eles diziam que para ser um excelente professor, ele precisa ser amigo. É claro que meu ouvido de psicólogo não gostou muito desta resposta. Como um educador pode ser amigão?”, diz. A partir daí, Meier realizou entrevistas abertas para questionar aos estudantes o que é um professor amigo. Para a surpresa dele, eles responderam outra coisa.

Gazeta do Povo – O que foi possível concluir com a pesquisa?
Marcos Meier – O professor amigo descrito pelos alunos é bem diferente do que imaginávamos. Eles classificaram um bom professor a partir de três características. A primeira se refere aquela pessoa que escuta de verdade. É uma escuta ativa em que o professor presta atenção no que aluno está com dúvida. Tem professor que não deixa o aluno terminar a pergunta e já vai respondendo...eles odeiam isso. Em segundo lugar, os alunos querem que o professor exerça sua autoridade, não abdique dela nem terceirize a autoridade dele para a coordenação, por exemplo. Eles diziam assim: quando tiver um aluno atrapalhando o professor, ele tem que expulsar este aluno da sala de aula. Veja, na educação nós não defendemos isso, mas o aluno quer, ele deseja que o professor faça a aula acontecer. Em terceiro lugar o aluno quer um professor justo. Ele não pode dar uma bronca em todo mundo por causa da postura de um aluno. Quando prestamos mais atenção nestas características, percebemos que este amigo está muito mais relacionado à figura paterna do que um colega de classe.

Qual é a contribuição da pesquisa para as teorias da educação?
Existe uma teoria israelense conhecida no Brasil como teoria da mediação. Ela resgata o valor do professor como aquele que ajuda o aluno a aprender. Ao invés de ser aquele professor mais antigo, que somente passa a informação, dentro desta teoria o professor é visto como um mediador. Ele provoca o aluno, coloca sal na boca dos estudantes para que eles fiquem com sede de conhecimento.



ÁRVORE DOS SONHOS


Representar uma árore o papel pardo ou cartolina; afixá-la no painel ou parede. Em cima da árvore, escrever uma pergunta relacionada com o assunto (pode ser sobre questões ambientais, regras de convivência, o ambiente escolar etc) que será tratado durante o bimestre, trimestre... Ex.: Como gostaríamos que fosse...?
Cada criança receberá uma "folha da árvore" para escrever seu sonho, o sonho é o que a criança espera que "aconteça de melhor" para o assunto em questão. Depois, pedir para cada criança colocar sua folha na árvore dos sonhos.
Obs: Esta atividade poderá ser retomada durante o período que for trabalhado o assunto, ou ao final do período para que haja uma reflexão sobre o que eles queriam e o que conseguiram alcançar.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Produção de texto com imagem

Escreva sua história com base na imagem a seguir.

a) Observe a cena detalhadamente.
b) Onde o menino está? O que ele está vendo?

Carnaval

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula
O aluno desenvolverá a leitura a partir de um texto narrativo a respeito do carnaval.
Trabalhará a interpretação do texto narrativo e os elementos da narrativa, tais como narrador, enredo e partes da narrativa (início, meio e fim).
Realizará uma produção de texto tendo como base o texto narrativo lido, partindo de suas experiências.
Duração das atividades
Aproximadamente três aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
O aluno deverá estar inserido no processo de alfabetização e letramento
Estratégias e recursos da aula
Momento 1
O professor  organizará os alunos em uma roda, no chão da sala de aula, informando-os que eles irão ouvir uma história sobre o carnaval.
Antes de contar a história, ele irá conversar com os alunos a respeito do carnaval, perguntando se eles gostam de carnaval, o que eles fazem nessa festa, se eles viajam, se assistem aos desfiles de escola de samba, etc. O professor, então, deixará a conversa fluir, permitindo que os alunos falem livremente a respeito do tema e que contem o que gostam de fazer nessa época.
Momento 2
Após a conversa inicial, o professor irá contar a seguinte história, mostrando as figuras:

O carnaval de João e Amanda
(Autora: Lívia Fagundes Neves)

Amanda estava animada. Ela estava de férias com sua família em um lugar fantástico:  o Rio de Janeiro. O hotel era maravilhoso. Havia uma piscina, um jardim e estavam perto da praia!
O Irmão de Amanda, João, também estava muito animado. Era tempo de carnaval no Rio e, naquela noite, aconteceria uma grande festa na rua. Todo mundo usava roupas maravilhosas, de diferentes cores: verde, azul, vermelho, roxo, e até dourado e prateado.
Amanda e João queriam ir à festa, mas não tinham nenhuma roupa de carnaval. Então, tiveram a ideia de ir a uma loja e comprar fantasias.
Assim, eles saíram do hotel com seus pais e foram para o centro de compras da cidade.
Todas as lojas tinham roupas fantásticas. Eles entraram em uma loja bem grande.
Amanda queria colocar uma roupa com uma capa especial, saia curta, camiseta azul, botas brancas e um chapéu de vaqueiro.
João escolheu uma fantasia que tinha um par de calças vermelhas e amarelas, uma camisa verde e vermelha manchada, sapatos azuis, um chapéu de bobo e um nariz vermelho.

Mas, na hora de pagar, os jovens trocaram tudo. Amanda comprou um vestido cor de ouro e prata com sapatos de saltinho e João, uma fantasia de super-homem. Agora, eles estavam prontos para a festa!
 Quando a família estava voltando para o hotel, viram uma mulher alta, elegante em um belo vestido preto. Ela usava diamantes nos dedos, nos sapatos, na roupa e no cabelo.
O gerente do hotel lhes informou que aquela era Diana Diamond, a famosa estrela de cinema. Contou também que aqueles diamantes eram de verdade e que custavam muito caro.
Amanda e João foram para o quarto se aprontar para a festa. Às oito horas, os jovens com seus pais desceram ao restaurante para jantar. Eles comeram bife, batatas fritas e salada.De repente, todos ouviram alguém gritar:
_ Meus diamantes se foram!!! Roubaram meus diamantes! Era Diana Diamond que saiu gritando e correndo do elevador do hotel.
Assim que ouviram os gritos, os dois irmãos viram um homem, com uma fantasia de gato preto, fugindo com os diamantes nas mãos.
Na rua havia milhares de pessoas vestindo trajes coloridos. Todo mundo estava dançando e cantando. A música era muito alta, mas mesmo com toda a confusão, os dois correram atrás do gato preto.
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Foi difícil vê-lo por causa da festa na rua mas João, que era muito esperto, o avistou de longe.
O gato preto corria desesperadamente. Amanda não conseguiu seguí-lo mas João, muito ligeiro, estava quase alcançando o ladrão.
De repente, o gato preto parou e caiu no chão, parecia estar com falta de ar e exausto de tanto correr.  Então, João segurou o ladrão pelos braços e começou a gritar por ajuda. A polícia chegou, algemou o ladrão e o levou  para a prisão. João retornou ao hotel na viatura e lá, juntos, polícia e mocinho, devolveram os diamantes a Diana Diamond.  undefined
Ela ficou muito satisfeita, agradeceu imensamente e, em retribuição, convidou toda a família de João para comparecerem à sua festa de carnaval, que aconteceria no terraço do hotel.
Naquela noite, Amanda, João e seus pais foram à festa de carnaval de Daiana. Tudo estava impecável, comida, fantasias, música e brincadeiras. Foi uma noite inesquecível!
 Joâo e sua família permaneceram por mais três dias no hotel. Fizeram uma bela amizade com Daiana e, até hoje, recebem notícias de seus filmes e do sucesso que ela faz pelo mundo afora.
Momento 3
Terminada a história, o professor irá perguntar se os alunos gostaram daquela aventura de carnaval e perguntará ainda se alguém já teve uma experiência legal de carnaval para contar.
Em seguida, o professor fará perguntas orais a respeito da história tais como:
- Quem são os personagens dessa história? (Amanda, João, o artista, os pais, a policia,o ladrão e o porteiro do hotel) - Onde se passa a história? (No Rio de Janeiro)
- Em que época acontece essa história (Na época do carnaval)
- Quais informações estão presentes no início da história? (Dois irmãos vão passar o carnaval no Rio de Janeiro, se hospedam em um hotel, compram fantasias para ir à uma festa e conhecem Diana)
- Qual o clímax da história, ou seja, qual é a parte de suspense? (A parte em que o ladrão rouba o diamante e João sai correndo atrás dele)
- Qual é o desfecho da história, ou seja, como termina a história? (João pega o ladrão, a polícia chega e Diana os convida para a festa.)
Para finalizar esse momento, o professor deverá informar aos alunos que ele contou uma história ocorrida com alguns personagens e que o nome da pessoa que conta uma história é NARRADOR.
Completará ainda dizendo que aquela história é uma NARRAÇÃO porque narra, ou seja, conta um acontecimento ou um fato, vivido por alguém.
Momento 4
Pedir que os alunos voltem ao seus lugares para a leitura de um outro texto narrativo sobre carnaval. O professor, então, entregará o texto abaixo para os alunos lerem e colarem no caderno:

Um carnaval diferente 
(Autora: Lívia Fagundes Neves)    
            Carolina é uma menina que tem nove anos e mora no Rio de Janeiro. Ela adora estudar e brincar com seus amigos depois da escola. Sua brincadeira favorita é “escolinha” e ela gosta sempre de imaginar que é a professora.
            Certo dia, após a aula, quando Carolina ia ao encontro  de suas amigas para brincar, sua mãe lhe chamou para arrumar as malas: elas iriam viajar e aproveitar o carnaval de 2005 na praia.
            Carol, como era chamada, ficou animada, deixaria de brincar com suas colegas, mas, no dia seguinte, iria para a praia encontrar com sua prima Filó, também de nove anos, de quem ela tanto gostava.
             No dia seguinte, após uma longa noite de espera e ansiedade, Carol e sua mãe acordaram bem cedo, tomaram café e pegaram a estrada. Elas estavam radiantes! Aquele seria um ótimo carnaval!
            Após uma breve viagem, as duas chegaram à cidade desejada! A praia estava linda! Mas... não tinha ninguém aproveitando aquela maravilha. As duas se olharam e acharam muito estranho aquilo! O dia estava ótimo e já era carnaval. Deveria ter um monte de gente pulando na rua e aproveitando o dia.
            Apesar da frustração, as duas continuaram seguindo até a casa da prima. No caminho, também não viram sinal de alguém. Carol olhou o relógio, já passavam das 14 horas e onde estariam todos?
            Chegando à casa de Filó, tocaram a campainha! A mãe de Filó, chamada Rita, após quase dez minutos, atendeu a porta. E para a surpresa de Carol, Rita muito abatida! Parecia doente, tinha olheiras e estava com febre.
            As visitantes, muito assustadas, perguntaram o que estava acontecendo e Rita respondeu que metade da cidade havia acordado doente naquela manhã, domingo de carnaval, parecia com uma gripe muito forte. A prima Filó nem conseguiu sair da cama.
            As duas não sabiam o que fazer, pensaram em voltar para a sua cidade mas, ficaram com pena de sues parentes e resolveram ficar para ajudar. Acabaram passando o resto do carnaval cuidando das pessoas daquela casa.
            Na quarta-feira de cinzas todos já estavam melhores... Assim como quase toda a população daquela cidadezinha praiana. Haviam sido medicados e descoberto que um vírus muito forte foi o causador daquele estrago.
            Naquela tarde de quart-feira Carol e sua mãe foram voltaram para casa, esperaram tanto por aquele carnaval na praia e nem podiam imaginar que seriam tão úteis ajudando seus parentes a melhorassem daquela doença. 
            Partiram mas prometeram a Rita, a Filó e a si mesmas que o próximo carnaval seria diferente! Elas iriam fazer muita folia e pular bastante, ao som de um bom samba!
Momento 5
Após uma leitura silenciosa e em voz alta, realizada pelo professor, o aluno irá responder às seguintes perguntas no caderno:
1) Quais são os personagens da história? (Carol, sua mãe, Filó e Rita)
2) Onde se passa a história? (No Rio de Janeiro)
3) Quando acontece a história? (No carnaval de 2005)
4) Quais informações estão presentes no início da história? (Informações sobre Carol: o que ela gosta de fazer, quantos anos ela tem, etc)
5) O que acontece no meio da história? (Carol e sua mãe viajam no carnaval para praia e encontrarm uma cidade estranha)
6) O que acontece no final da história? (Carol e sua mãe passam o carnaval cuidando dos doentes e vão embora na quarta-feira de cinzas)
7) Na sua opinião, o fato contado nessa história ocorreu de verdade, ou seja, é possível que quase toda a cidade tenha ficado doente no carnaval? (Resposta pessoal. O professor deverá mostrar, durante a correção, que os acontecimentos narrados em uma história podem ser imaginários ou inventados, assim podem não ter ocorrido verdadeiramente)
8) Por que o título do texto é "Um carnaval diferente?" (Porque Carol não pode aproveitar o carnaval na praia, ela precisou de cuidar dos seus parentes)
9) No oitavo parágrafo lê-se: "As visitantes...". A quem o narrador se refere? (Ele se refere ä Carol e sua mãe).
10) Por que Carol e sua mãe se assustaram ao chegar à cidade da praia?  (Porque a cidade estava vazia, sem ninguém na rua.)
11) Qual foi a promessa feita pelas duas visitantes ao final da história? (Elas prometeram que o próximo carnaval tudo seria melhor)
Momento 6
O professor deixará que os alunos tentem desenvolver as questões propostas no momento anterior e, em seguida, fará a seguinte a explicação:
- A história "um carnaval diferente" também é um exemplo de NARRACÃO, assim como a primeira história que vocês ouviram. Há um NARRADOR, ou seja, uma pessoa contando um acontecimento que ocorreu com outra pessoa, ou um acontecimento inventado, que ocorreu em um determinado tempo e em um determinado espaço. Inicialmente, em uma narração, o narrador inicia a história apresentando os personagens e situando o lugar e o tempo em que algum fato acontecerá. Em seguida, o narrador, no meio da história, conta o ocorrido, para ao final da história resolver e dar um desfecho para aquele acontecimento.
Após essas considerações, o professor retornará a atividade do momento 5, discutindo e exemplificando a explicação que ele acabara de  dar.
Para finalizar esse momento, é importante que o professor explique que o narrador das duas histórias contam um acontecimento que ocorreu com alguém e que, portanto, eles (narradores) não participaram daquelas histórias. Mas pode acontecer de um personagem que viveu a história também a contar, assim, nesse caso, o narrador da história será também um personagem.
Momento 7
Para sistematizar essas informações a respeito da Narração, o professor pedirá que os alunos anotem no caderno o seguinte lembrete:
Texto narrativo
O texto narrativo conta acontecimentos ou experiências vividas ou imaginadas por alguém.
Quem conta esses acontecimentos com os PERSONAGENS é o NARRADOR que ainda situa a história em um determinado TEMPO e ESPAÇO.
Momento 8
Após as explicações e exemplificações acerca do texto narrativo, o professor convidará os alunos a escreverem uma narrativa, contando um acontecimento ou uma experiência de CARNAVAL vivida por alguém.
Explicar, então, que eles serão os NARRADORES e que podem contar algo verdadeiro que aconteceu com alguém que eles conhecem ou inventarem uma história com esse tema. Lembrá-los da necessidade de organizar a história em: princípio, meio e fim. No príncipio será apresentado os personagens, o tempo e o espaço. No meio desenrolará a ação durante o carnaval e, no fim, ocorrerá um desfecho, uma finalização a partir da ação.
Momento 9
O professor irá corrigir as produções e, na próxima aula, deixará que os alunos as leiam à frente da sala.
Recursos Complementares
O professor poderá mostrar algumas figuras de carnaval para os alunos, como incentivação inicial, antes de contar a história. Há algumas figuras no site: http://images.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=isch%3A1&sa=1&q=carnaval+no+Brasil&aq=f&aqi=g2&aql=&oq=&gs_rfai=&start=0 
Avaliação
O professor irá verificar se o aluno compreendeu a estrutura do texto narrativo através das respostas das atividades relacionadas e da correção das narrações.
Ao corrigir as narrações, o professor deverá analisar também a criatividade dos alunos, bem como a organização textual, no que diz repeito ao uso de paragráfos e pontuações, verificando, ainda, questões ortográficas e de concordância.
Cinco estrelas

TEXTO: MEU IDEAL SERIA ESCREVER... – Rubem Braga

TEXTO: MEU IDEAL SERIA ESCREVER... – Rubem Braga
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a  cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

01) Por que o autor deseja escrever uma história engraçada?
02) Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela?
03) Ao descrever um raio de sol, o autor lhe atribui características que, de certa forma, se opõem às da moça. Cite algumas dessas características opostas.
04) Como você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria”?
05) O autor sonha em tornar mais felizes e sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique.
06) Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história:
(a) moça triste (     ) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não gostava de
prender ninguém
(b) amigas da moça triste (     ) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de namoro
(c) casal mal-humorado    ) ficariam espantadas com a alegria repentina da moça
(d) comissário do distrito (     ) concluiria que teria valido a pena viver tanto, só para ouvir uma história tão
engraçada
(e) sábio chinês    ) ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas
07) Por que o autor não contaria aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a moça triste e doente? Copie a alternativa correta:
(a) porque, na verdade, a moça triste não existia
(b) por que ele mesmo não achava a história engraçada
(c) por modéstia e humildade
(d) porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história

08) Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas?
09) Na sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique.

Gabarito
meu ideal seria escrever texto e interpretação gabarito

Textos pequenos

TEXTO I
“RIO – Com dois gols de um iluminado Robinho, que entrou na segunda etapa, o Real Madrid derrotou o Recreativo por 3 a 2, fora de casa, em partida da 26ª rodada do Campeonato Espanhol. Raúl fez o outro gol do time de Madri, com Cáceres e Martins marcando para os anfitriões. O Real vinha de duas derrotas consecutivas na competição, justamente as partidas em que o craque brasileiro, machucado, esteve fora.”
(O Globo on line – 02/03/08)
1) Qual é o interlocutor preferencial e as informações que permitem você identificar o interlocutor preferencial do texto?
TEXTO II
“O cantor Jerry Adriani interpreta sucessos do disco Forza Sempre, além de versões em italiano de canções do grupo Legião Urbana e do cantor Raul Seixas. O show acontece hoje no palco da Sala Baden Powell.”
O Globo on line – 02/03/08
1) Qual é o interlocutor preferencial e as informações que permitem você identificar o interlocutor preferencial do texto?
TEXTO III
O problema ecológico
Se uma nave extraterrestre invadisse o espaço aéreo da Terra, com certeza seus tripulantes diriam que neste planeta não habita uma civilização inteligente, tamanho é o grau de destruição dos recursos naturais. Essas são palavras de um renomado cientista americano. Apesar dos avanços obtidos, a humanidade ainda não descobriu os valores fundamentais da existência. O que chamamos orgulhosamente de civilização nada mais é do que uma agressão às coisas naturais. A grosso modo, a tal civilização significa a devastação das florestas, a poluição dos rios, o envenenamento das terras e a deterioração da qualidade do ar. O que chamamos de progresso não passa de uma degradação deliberada e sistemática que o homem vem promovendo há muito tempo, uma autêntica guerra contra a natureza.
Afrânio Primo. Jornal Madhva (adaptado).
1) Segundo o Texto III, o cientista americano está preocupado com:
(A) a vida neste planeta.
(B) a qualidade do espaço aéreo.
(C) o que pensam os extraterrestres.
(D) o seu prestígio no mundo.
(E) os seres de outro planeta.
2) Para o autor, a humanidade:
(A) demonstra ser muito inteligente.
(B) ouve as palavras do cientista.
(C) age contra sua própria existência.
(D) preserva os recursos naturais.
(E) valoriza a existência sadia.
3) Da maneira como o assunto é tratado no Texto III, é correto afirmar que o meio ambiente está degradado porque:
(A) a destruição é inevitável.
(B) a civilização o está destruindo.
(C) a humanidade preserva sua existência.
(D) as guerras são o principal agente da destruição.
(E) os recursos para mantê-lo não são suficientes.
4) A afirmação: “Essas são palavras de um renomado cientista americano.” (l. 4 – 5) quer dizer que o cientista é:
(A) inimigo.
(B) velho.
(C) estranho.
(D) famoso.
(E) desconhecido.
5)
Se o homem cuidar da natureza _______ mais saúde. A forma verbal que completa corretamente a lacuna é:
(A) teve.
(B) tivera.
(C) têm.
(D) tinha.
(E) terá.
GABARITO
Texto I
1. Leitores que gostem de futebol.
A linguagem peculiar desse tipo de texto: partida, fora de casa, campeonato, rodada etc.
Além dos nomes de times e o conhecimento sobre a estrutura de um campeonato.
Texto II
1. Fãs do cantor Jerry Adriani.
Ao interlocutor é necessário o conhecimento da carreira do cantor.
Texto III
1. A
2. C
3. B
4. D
5. E
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